Há 221 anos nascia o benemérito Codificador do Espiritismo. Ao querido Patrono de nossa Casa, o nosso respeito, reconhecimento e eterna gratidão!
Em 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França, nascia com o nome de Denizard Hippolyte-Léon Rivail, aquele que devia mais tarde ilustrar o nome de Allan Kardec. Era filho de filho de Jean Baptiste Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel, dona de casa.
Sua formação se deu na Suíça, na escola do maior pedagogo do século XIX, de fama mundial e até hoje paradigma dos mestres: João Henrique Pestalozzi. E, em Paris, sucedeu ao próprio mestre.
Atuou desde os 18 anos como mestre colegial de Ciências e Letras, e, a partir dos 20 anos renomado autor de livros didáticos.
Apesar de ser filho de pais católicos, Allan Kardec foi criado no Protestantismo, mas, preferiu ser um livre pensador e homem de análise. Não concordava com a rigidez dos dogmas e o excesso de simbolismo das teologias e ortodoxias, tornava-o incompatível com os princípios da fé cega.
Allan Kardec tinha 51 anos quando se dedicou à observação e estudo dos fenômenos espíritas. Dois anos depois, em 1857, publicou “O Livro dos Espíritos” e em 1858 iniciava a publicação da “Revue Spirite (Revista Espírita)”.
Na época em que o mundo estava encantado com as manifestações das chamadas mesas girantes, foi homem de ponderação, de caráter ilibado e de saber profundo, despertado dessas manifestações.
A missão do ínclito mestre, como havia sido prognosticada pelo Espírito de Verdade, era de escolhos e perigos, pois ela não seria apenas de codificar, mas principalmente de abalar e transformar a Humanidade.
Kardec conseguiu desempenhar com maestria sua missão em função de seus diversos atributos: metódico, profundo, trabalhador obstinado, de cultura acima do normal nos homens ilustres de sua idade e do seu tempo, impunha respeito, ordeiro, disciplinado e possuidor de um vocabulário preciso.
A doutrina consoladora recebeu o nome de Espiritismo e teve como seu codificador, o educador emérito e imortal de Lyon.
De seus estudos surgiram as principais publicações espiritas: em 1861 com “O Livro dos Médiuns”, em 1864 com “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em 1865 com “O Céu e o Inferno” e em 1868 com “A Gênesis Os Milagres e as Predições”, completando o pentateuco Espírita.
A primeira sociedade espírita regularmente constituída foi fundada por Allan Kardec, em Paris, no dia 1º. de abril de 1858 e intitulava-se “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.
Desencarnou em Paris, no dia 31 de março de 1869.
Primeiro livro que compõe a Codificação do Espiritismo, lançado em abril de 1857, reúne os ensinamentos dos Espíritos Superiores através de médiuns de várias partes do Mundo organizado por Allan Kardec. Representa o marco inicial da Doutrina Espírita. Seu conteúdo está dividido em quatro partes com 1.019 perguntas formuladas pelo Codificador contendo os princípios da doutrina espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens; as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade.
O Livro dos Médiuns foi publicado em janeiro de 1861 reúne o ensinamento dos Espíritos sobre as manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os obstáculos na prática do Espiritismo. É o mais completo tratado de Espiritismo experimental até hoje publicado, o manual mais seguro para todos os que se dedicam às atividades de comunicação com o mundo espiritual.
“O Evangelho segundo o Espiritismo” foi publicado em abril de 1864 e é baseado em instruções dos Espíritos Superiores sobre o ensino moral de Jesus Cristo para os cristãos de qualquer crença, em comunicações mediúnicas recolhidas, organizadas e comentadas pelo Codificador Allan Kardec. Nesse livro as máximas morais de Jesus nos convidam a vivenciá-las no nosso dia a dia.
Publicado em agosto de 1865 explica a Justiça de Deus à luz da Doutrina Espírita demonstrando a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como consequência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes: A primeira, estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos como a morte de crianças, seres nascidos com deformações e acidentes coletivos e esclarece questões como: Qual o destino do homem após a morte física? Quais as causas do temor da morte? O que são o Céu e o Inferno? O que são os anjos e os demônios? Como procede a Justiça divina? Na Segunda Parte, intitulada Exemplos, Kardec registra numerosas comunicações de Espíritos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação com depoimentos de criminosos arrependidos, de espíritos endurecidos, de espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre.
A última obra básica da Codificação do Espiritismo foi publicada em janeiro de 1868 e tem o seu estudo divido em três partes: Na primeira parte, analisa a origem do planeta Terra, de forma coerente, fugindo às interpretações misteriosas e mágicas sobre a criação do mundo; Na segunda parte, aborda a questão dos milagres, explicando a natureza dos fluidos e os fatos extraordinários contidos no Evangelho; Na terceira parte enfoca as predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova, que marcará um novo tempo no Mundo com a prática da justiça, da paz e da fraternidade.
Obra publicada em janeiro de 1890, após a desencarnação de Allan Kardec, apresenta a biografia do Codificador seguida do discurso que Camille Flammarion pronunciou quando do seu sepultamento. Reunindo importantes registros deixados por Allan Kardec, acerca de pontos doutrinários e fundamentação do Espiritismo, divide-se este trabalho em duas grandes partes. Na primeira, enfatizam-se os aspectos doutrinários do Espiritismo e na segunda inclui relatos os relatos de Allan Kardec acerca da sua missão e da constituição do Espiritismo.
Obra publicada em junho de 1859 e indicada para quem deseja conhecer o Espiritismo e a definição de seus pontos fundamentais. Divide-se em 3 capítulos: O primeiro, sob a forma de diálogos com um crítico, um céptico e um padre, traz respostas àqueles que desconhecem os princípios básicos da Doutrina, bem como apropriadas refutações aos seus contraditores. O segundo capítulo, expõe partes da ciência prática e experimental, caracterizando-se como um resumo de O Livro dos Médiuns. No terceiro capítulo, é publicado o resumo de O Livro dos Espíritos, com a solução, apontada pela Doutrina Espírita, de problemas de ordem psicológica, moral e filosófica. Contém também a biografia de Allan Kardec, por Henri Sausse.
A Revista espírita, Jornal de estudos psicológicos, é uma coletânea anual com publicações mensais. De janeiro de 1858 a abril de 1869 foi instrumento utilizado por Kardec no trabalho de codificação do Espiritismo. Serviu de laboratório de teses espíritas, de meio de captação das reações do público, de ferramenta publicitária e de veículo de informação e defesa dos postulados doutrinários, tornando-se um repositório único de fatos, relatórios, estudos, discussões e análises fundamentais da Terceira Revelação.